domingo, 4 de janeiro de 2004

FIGURAS TÍPICAS DO CONCELHO DE PENAFIEL!

 GENTE DE PENAFIEL!

Uns nasceram nos arredores da cidade de Penafiel outros nos arredores e freguesias próximas, mas eram na cidade que quase sempre se encontravam, quase sempre vestidos com a roupa melhor e pedindo, como forma de sustento a de pequenos vícios (nada comparado com os de hoje).
Quase sempre filhos de gente humilde. Diziam: O meu pai foi lavrador, de terras abastadas, comprava milho onze meses, e no fim quatro semanas.
Devem ter sido crianças como as outras. A malga do caldo e a côdea de broa ajudaram-no a crescer e, já é um moçoilo.

 
De todas as redondezas acorriam figuras marcantes á cidade de Penafiel, mercantis apinhados de romeiros e vistosamente engalanados com bandeiras e ramalhetes
Chegavam em rusga às inúmeras festas e feiras, e desde a partida, dançava-se, cantava-se e brincava-se durante a viagem e durante toda a noite na viagem de destino aos arredores da cidade.
Em redor das igrejas, só os mais velhos dormiam.
Nas barracas das feiras e recantos mais aconchegados a esteira era o colchão, de calça branca, camisa branca e trazendo à cinta um cifre de boi cheio de vinho, assim se encostavam a dormir.

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Nas romarias era também usual o cantar ao desafio, normalmente despique entre cantador e cantadeira. Segundo reza a tradição, estava uma certa cantadeira que não encontrava adversário à altura, embrulhando tudo e todos. Um velho aproximou-se para ver, mas reparando no velho em tal preparo, logo a cantadeira disparou:

 
O velho da calça branca, donde vem, para onde vai? O que traz aí à cinta é uma coisinha sua ou herança de seu pai? E o velho logo respondeu: Isto não é coisa minha nem herança de meu pai, é o corno do seu home que de maduro lhe cai!

 

O espanto estampava-se no rosto dos assistentes e não deverá haver nenhum recanto do nosso país, por mais recôndito que seja, próprio e até mesmo característico de ser e de estar na vida, a quem a perspicácia popular tornava as figuras inesquecíveis da tradicional rotina quotidiana das nossas vilas e aldeias.


Reflexos fiéis e exemplos rematados da mais pura idiossincrasia de um povo castiço como o português, cada vez mais raras. 

 

Assim o determina a inexorável mudança de hábitos - ou dos tais usos e costume, célere e implacável, para o limiar do terceiro milénio. Sardinha travou os melhores despiques nas feiras de S. Martinho. A fama dos dois era tal que, onde constasse que iam cantar, o povo acorria em magote para se deliciar com a irreverência de ambos que, de improviso, se zurziam, deixando todo o mundo espantado com a sua arte e mestria.

 

Nada ficou escrito, mas o povo registou na memória momentos inesquecíveis desses tempos.

 

Poder-se-ia acrescentar também, em muitos casos, as suas figuras típicas, personagens, diríamos "lendárias", detentoras de uma maneira muito pular desde logo rotulou com qualquer alcunha mais ou menos adaptada à sua personalidade ou defeito, também já descrito.

 

Novelas, 04 de Janeiro de 2004





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